terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ave sem canto

Ave sem canto 

Lavas fumegando em meu coração 
Jorram cinzas, ainda deste vulcão 
Rasgando o peito que sangra ferido 
D’acre saudade de haver-te perdido 

A procela não dá alento à dor 
Nem meu queixume reverte o amor 
É como a ave, sem canto, perdida 
Folha da árvore, pelo vento batida 

No chão se arrasta já seca, sem vida 
Nos espasmos da morte intenso *palor 
No pranto fugaz de um sonho de amor 

Porém, meus lábios, jamais beijarás 
Qual luz que fenece, então, tu dirás: 
Do amor que perdi, eu fui consentida ! 

*palidez 

São Paulo, 10/09/2013 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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