Amor
cigano ! (soneto duplo)
Momentâneo
relâmpago de ventura
Entre
teus braços, leda formosura
Juraste-me
amor eterno, criatura !
- Foi
só, naquele momento de ternura
Nesse
encanto jucundo. Sem cautela,
Deixei
enlear meu coração, oh! Bela
Sem
perceber que caía na esparrela
De peito descoberto, em ti, donzela !
Por
furtivo carinho, tão profundo
Rendi-me
enfim a esse amor, fecundo
Que
parecia o maior amor do mundo
Em face de teus mimos, ledo engano,
Passei
a vida errante, qual cigano
Tentando
esquecer, dia a dia, ano a ano !
II
Na vida, é paixão que o amor fomenta
Propensões
da natureza; a tormenta
Punição
cruel, que o instinto invade
Com
a punição atroz da ansiedade
Monstro
impassível de sôfrego interesse
Monstro
sedento de férreo jugo, esse,
Que
o ciúme ostenta de antigos ódios
Com
vícios, desses horrendos episódios
Vícios
que o inferno abre e aferrolha
Nas
vivas paixões em que se fomenta
Sem
piedade ou clemência de quem olha.
Ao
grande tribunal, prestará um dia
Justas
contas, de oito a oitenta
Isento
de ajustes e acrobacia !
Porangaba, 31/07/2016 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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